E inegável a importância do Nordeste para o mercado varejista. Seja pela sua participação consolidada ou por números para mercados individuais como a presença de cinco (Bahia, 6º; Pernambuco, 8º; Sergipe, 13º; Ceará e Rio Grande do Norte, 14º e 15º respectivamente) entre os quinze primeiros mercados segundo a ABRAS (2006). Segundo o IPIB, no ano de 2003 o PIB destes mesmos estados foram Bahia, 6º colocado, Pernambuco 8º colocado, Sergipe 20º, Ceará 13º e Rio Grande do Norte 19º. A região norte/nordeste tem um total de 1.043 estabelecimentos varejistas o que representa 21.43% dos pontos de venda do segmento em todo país, no entanto das redes que trabalham com Marcas Próprias no nordeste, são apenas 165 pontos de venda, o quadro abaixo traduz bem estes indicadores. Quando analisado sobre a referência cruzada com a geração do PIB para a região, percebemos por um lado como a importância deste mercado e por outro, mas não menos importante, o potencial em especial pela grande concentração de famílias assistidas por programas de assistência social do governo incrementando um alto volume de recursos neste mercado.
ESTRATÉGIAS VAREJISTAS EM MARCAS PRÓPRIAS
Seguindo a lógica das forças competitivas de Porter (200), as marcas varejistas podem seguir muitas das trilhas possíveis, como por exemplo como fornecedor é encontrado tanto fornecedores comuns entre marcas líderes e marcas varejista como fornecedores diferentes; entrantes potenciais: novas marcas, novas bandeiras varejistas com suas marcas, entre outras;
RUPTURA DE PRODUTOS MARCAS PRÓPRIAS
As marcas em geral sofrem no Brasil de um problema muito comum a falta nas gôndolas e com produtos Marcas Próprias, embora devesse, não é diferente. Em se tratando de Marcas Próprias, dentre as quatro cestas pesquisadas no presente trabalho foram encontradas três onde o índice de troca por outro produto foram menores do que o produto líder da categoria segundo a LatinPanel, empresa especialista na no seguimento de pesquisa junto ao consumidor, que foram Higiene e Beleza, 32%, Limpeza, 29% e 34% Alimentos. Lembrando que estes são os índices dos clientes dentre aqueles que compram Marcas Próprias que não trocam o produto em caso de não ter exposto.
Durante a pesquisa de campo foram observados alguns pontos. Com exceção de uma bandeira que teve apenas uma loja visitada, foram percebidos pontos de ruptura através de duas perspectivas principais, a primeira direto no PDV, através da sinalização de produtos Marcas Próprias como Fast Track e Bean Flip na gôndola que no entanto era abastecida por outra marca, visto que estas sinalizações só são efetivamente utilizadas em caso de exposição do item, em entrevista informal a alguns funcionários de base responsáveis pela reposição do produto foram colhidas duas estratégias que geralmente são usadas neste caso: ou abastecem com o produto líder quando tem volume ou abastece com algum outro produto que encontrasse com excesso de estoque e precise de uma ação direta de venda para diluir o DOH. A outra perspectiva foi apartir da compilação de dados onde percebemos pela falta de produtos que foram identificados em outras lojas, fato que se tornará mais claro no decorrer do artigo.
A ruptura é um fator perigoso para qualquer marca visto as condições atuais de mercado onde a fidelidade a Marca é cada vez menos normal e a substituição por outros itens que agreguem valores como economia, praticidade e outros podem ser facilmente substituídos. Segundo Porter (2004), “A identificação de produtos substitutos é conquistada por meio de pesquisas de outros produtos que possam desempenhar a mesma função que aquele da industria”, ele argumenta ainda que os produtos substitutos que merecem maior atenção por parte dos gestores, no caso de marca própria do varejo, “são aqueles que (1) estão sujeitos a tendências de melhoramento do seu trade-off de preço-desempenho com o produto da indústria, ou (2) são produzidos por indústrias com lucros altos”.
A figura abaixo reflete a dificuldade do consumidor nordestino de encontrar produtos Marcas Próprias nas lojas. Em apenas duas o volume geral de Marcas Próprias se aproximavam dos itens lideres de mercado. Entre os próprios itens líderes apenas em uma loja estava exposto mais de 80% dos quarenta itens pesquisados, porém a média superá em muito pouco o percentual de 50% de gôndolas com item Marcas Próprias. Quanto a mais de uma Marca Própria em uma mesma categoria o máximo encontrado foi de 32,5% e pouco mais de 10% tem mais de uma Marca da loja na mesma categoria, enquanto que no seguimento de marcas de fornecedor o potencial foi de mais de 70%, neste ponto, vale salientar que apenas duas das empresas consultadas tinham mais de uma Marca, porém estas duas empresas trabalhavam com marcas por foco, ou seja, dificilmente era a mesma marca para todas as cestas. Constatação também interessante quando analisamos a presença de dos itens Marcas Próprias versus Marcas do Fabricante por cesta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário